quarta-feira, 25 de março de 2009

Mais sobre o grupo Bom Gosto no Canal Rural

Os interessados em conhecer um pouco mais sobre a trajetória de Wilson Zanatta e o grupo Bom Gosto podem assistir hoje à noite, a partir das 22h30, no Canal Rural (do Grupo RBS) o programa Criadores, sintonizando o canal 35 da Net ou o canal 105 da Sky. Com 21 minutos de duração, o programa apresenta o veterinário como "O destemido senhor do leite". O vídeo também está disponível no site www.canalrural.com.br.

"Quero entrar no Nordeste pela porta da frente"

Filho de produtor de leite, o gaúcho Wilson Zanatta, de 48 anos, foi criado no meio das vacas (como ele mesmo gosta de contar). O trato constante com os animais também influenciou na escolha da profissão. Depois de se formar em veterinária, mais do que cuidar do rebanho, ele decidiu investir numa agroindústria de leite. Ainda hoje ele guarda a data do início das operações do Laticínio Bom Gosto: 11 de outubro de 1993.
Começou o negócio no pequeno município de Tapejara, no interior do Rio Grande do Sul, junto com a mulher Miria, quatro funcionários e 22 fornecedores de leite. Fazia queijo prato, mussarela e minas frescal, além de leite tipo C. A produção era vendida em Porto Alegre. Na boleia do caminhão Volkswagen 840, que comprou usado, ele percorria 350 quilômetros para chegar à capital gaúcha. A viagem de ida e volta durava cerca de 20 horas, porque ele precisava ir parando em cada mercadinho para fazer a distribuição dos produtos.
O micro empreendimento cresceu e se transformou num grupo que projeta faturamento de R$1,6 bilhão para este ano (o primeiro bilhão foi conquistado em 2008). Hoje, a Bom Gosto ocupa nada menos que a quarta posição no ranking dos maiores laticínios do Brasil, figurando numa lista encabeçada por gigantes como Nestlé, Perdigão e Itambé. O grande momento aconteceu em 2007, com a entrada do BNDES como sócio da empresa, por meio do BNDESPar. Capitalizada, a companhia foi às compras, apostando na aquisição de concorrentes. A mais recente foi a compra da fábrica da Parmalat em Garanhuns, por R$ 31 milhões, que marca a entrada do laticínio no Nordeste.
Bastante simpático, Zanatta concedeu entrevista ao blog, por telefone, da unidade de Garanhuns, onde esperava o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, para uma visita.

Como encontrou a fábrica de Garanhuns

Encontramos a unidade em boas condições, rodando bem. Mas vamos investir R$ 8 milhões para fazer uma revisão em alguns equipamentos. Algumas linhas ainda estão bastante modernas, como as de leite consensado UHT e tipo C. A que está mais antiga é a de leite em pó. Desde 1994 quando a Parmalat assumiu a indústria (após a privatização da Cilpe) foram investidos cerca de R$ 40 milhões. Por enquanto vamos continuar produzindo leite tipo C, longa vida e creme de leite. Para 2010, o projeto é reativar as linhas de iogurtes e bebidas lácteas.

Recuperação da imagem da empresa

Queremos chegar no Nordeste pela porta da frente. Por isso, estamos fazendo uma trabalho junto aos produtores de leite para apagar essa imagem negativa da empresa (fazendo referência aos antigos controladores, que deixaram dívidas com os fornecedores). Temos ligado todo dia para eles (os diretores da Parmalat), em busca de informações sobre os pagamentos.

Marca pouco conhecida no Nordeste

Outro desafio é que estamos começando do zero no Nordeste, onde a marca é pouco conhecida. No mercado nacional temos 12% de participação no segmento de longa vida. Mas aqui na região, nossa presença se limitava ao queijo com a marca Boa Nata e o leite em pó Bom Gosto. No começo de abril vamos iniciar uma campanha publicitária com peças em rádios, jornais e revistas para divulgar a marca. Hoje, São Paulo (interior e capital) responde por 50% das nossas vendas. Queremos que o Nordeste represente pelo menos 10%. A fábrica de Garanhuns deve faturar entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões, mas sabemos que ela tem potencial para R$ 150 milhões.

Oferta de leite

Pernambuco tem um déficit de 400 mil litros de leite por dia e precisamos contribuir para aumentar a produção do Estado. A Parmalat chegou a ter mais de 900 fornecedores. Hoje temos algo entre 500 e 600, em Pernambuco e Alagoas. A fábrica tem capacidade para processar 500 mil litros de leite por dia, mas a nossa captação está em 180 mil l/dia. Esperamos que esse volume suba para 300 mil l/dia até o final do ano.
Iniciamos conversas com o governo do estado, inclusive ontem participamos de reunião na Ceasa, para discutir a introdução de matrizes mais produtivas, o incremento da produção de palma e a reativação de bacaias leiteiras, como a de Exu. Tudo isso para melhorar a qualidade do rebanho e aumentar a produção. Hoje, estamos pagando cerca de R$ 0,72 pelo litro de leite ao produtor.

Crise mundial

O setor ainda não está sendo pouco impactado pela crise e eu espero que ela passe logo. Como estamos capitalizados, não temos problema de caixa, mas adiamos alguns projetos. Um deles é a entrada na bolsa de valores (inicialmente prevista para 2010). Agora isso deixou de ser prioridade, vamos jogar essa estratégia mais para frente. Também vamos segurar as aquisições e consolidar a estrutura que temos hoje. (A Bom Gosto fez fusão com a Líder Alimentos, do Paraná, e já tinha adquirido empresas como Nutrilat e Corlac , do Rio Grande do Sul, Laticínios DaMatta e Laticínios Santa Rita, de Minas Gerais, além da Parmalat, de Pernambuco).

Internacionalização

Em abril vou ao Uruguai para encontrar um novo terreno para a fábrica de leite que vamos construir lá, com investimento de US$ 30 milhões. O lugar que nos ofereceram não tem disponibilidade de água. Vamos manter o projeto na cidade de San Jose de Mayo, que é o centro da produção de leite do país, mas a localização será outra. Em função desses problemas de percurso e da crise, a inauguração deve ficar para o final de 2010 ou início de 2011.

Egoísmo do empresário

A entrada do BNDES não só ajudou a capitalizar o grupo, mas também a aperfeiçoar a gestão. Muitas vezes os empresários têm uma visão egoísta do negócio, do tipo: eu criei, eu enriqueço e eu quebro. Hoje, o BNDES tem participação de um terço no negócio e isso trouxe muitos ganhos para nós.

O tamanho do grupo

Hoje nós temos 19 fábricas espalhadas pelos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. Somos um grupo que deve faturar R$ 1,6 bilhão este ano, geramos 2,8 mil empregos e captamos 3 milhões de litros de leite por dia.

A concorrência da Perdigão em Pernambuco

Já concorremos com a Perdigão lá no Sul. Assim como a nossa, é uma empresa profissionalizada, que vai ajudar Pernambuco e o Nordeste a progredir na atividade leiteira.

Hobby e xodó

Gosto de fazer cavalgadas, de participar das provas de laço nos rodeios e de marcar presença nas feiras agropecuárias. E também tenho as minhas vacas preferidas. Uma delas é a Gracinha (uma vaquinha holandesa) que já foi três vezes campeã da principal feira agropecuária do Rio Grande do Sul.

* A foto do post é de Caco Argemi, cedida pela Porto Press (assessoria de comunicação da Bom Gosto)

Parmalat promete pagar produtores de leite na sexta-feira

Em contato com a diretoria da Parmalat em São Paulo, o novo dono da fábrica de Garanhuns, Wilson Zanata (do grupo Bom Gosto), recebeu a informação de que a empresa deve pagar na próxima sexta-feira, pelo menos uma das três quinzenas devidas aos fornecedores de leite da região.

As três quinzenas em aberto são referentes ao mês de fevereiro e à primeira metade de março, porque a Bom Gosto só assumiu o comando da unidade no dia 16 deste mês. "A Parmalat se comprometeu a pagar tudo, mas ainda não estabeleceu datas", conta Zanatta.

Na fábrica de Garanhuns, a Parmalat ainda conta com um estoque de 4 milhões de litros de leite, que poderiam ser vendidos para saldar a dívida com os produtores. "A dificuldade é que não temos ingerência sobre este leite", observa.

No processo de aquisição da Parmalat em Garanhuns, uma das soluções estudadas foi reter parte dos R$ 31 milhões pela compra da unidade para o pagamento da dívida com os fornecedores. Mas como se tratava da compra do ativo de uma empresa em recuperação judicial, a Justiça não permitiu o acerto e os produtores estão, lieralmente, chorando o leite derramado.

ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO

Na tentativa de oferecer um alento aos fornecedores, a Bom Gosto decidiu hoje pela manhã que vai antecipar o pagamento da primeira quinzena de leite captados pela empresa. Os pecuaristas vão receber o dinheiro no dia 06/04, ao invés de esperar até o dia 15 de abril.
"Nesses 15 anos de trajetória da Bom Gosto não temos histórico de atraso nos pagamentos. Como estamos capitalizados, vamos fazer essa antecipação para ajudar o fluxo de caixa dos produtores", afirma Zanatta. Ele adianta que depois de passada a fase crítica os pagamentos voltam às datas habituais.

* Acompanhe hoje à noite entrevista completa com Wilson Zanatta

Lagoa Grande terá Festival de Espumantes

Em 2010, a Prefeitura de Lagoa Grande vai estrear o Festival de Espumantes. A ideia é que o evento aconteça em períodos alternados aos da realização da Vinhuva Fes't (que tem edições a cada dois anos) para movimentar a economia do município.

Das oito vitivinícolas instaladas no Vale do São Francisco, seis estão localizadas em Lagoa Grande. A região é responsável pela produção de 7 milhões de litros de vinhos por ano.

O projeto do Festival de Espumantes é acalentado há anos por Jorge Garziera - enólogo que deixou o Sul do Brasil para ajudar na implantação do projeto de produção de vinhos finos no sertão nordestino há 25 anos.

Começam os preparativos para a Vinhuva Fes't 2009

Depois de enfrentar eleições suplementares para ocupar a cadeira da Prefeitura de Lagoa Grande (665 km do Recife) e assumir o posto há pouco mais de um mês, Rose Garziera (PMDB) arregaça as mangas para administrar o município. Uma das providências foi definir a data e iniciar os preparativos para a 5ª edição da Vinhuva Fes't, que vai acontecer entre os dias 8 e 12 de outubro, no Parque da Uva e do Vinho do Nordeste (Centro de Lagoa Grande).

A festa, que ocorre a cada dois anos, é o principal evento do município, gerando 5 mil empregos (diretos e indiretos) no período de realização e movimentando cerca de R$ 150 milhões em negócios. O evento foi idealizado em 1999 pelo então prefeito Jorge Garziera (marido de Rose, que atualmente ocupa o cargo de secretário de Governo e coordena a Vinhuva Fes't).

Além do espaço para entretenimento, com as apresentações de shows, exposições e do Festival de Artesanato e Gastronomia, a Vinhuva também serve como porta de entrada para novos empreendimentos no município. A estimativa para este ano é receber 300 empresários do setor vitivinícola do Brasil e de outros países.

Durante a Vinhuva Fes't também são realizados seminários e cursos sobre enologia, além da degustação de vinhos das marcas produzidas no Vale do São Francisco.

terça-feira, 24 de março de 2009

Novo bilionário do leite fala ao blog

Acompanhe amanhã no blog entrevista com o veterinário gaúcho Wilson Zanatta, que se transformou num dos principais empresários do setor de leite do País. A Bom Gosto - empresa criada por ele há 15 anos - desponta no ranking dos principais laticínios brasileiros, atrás de gigantes como Nestlé, Perdigão e Itambé.

O grupo, que vem investindo em fusões e aquisições, também prepara para este ano a expansão de seus negócios para o exterior, com a construção de uma fábrica no Uruguai. Vale a pena conferir.

FBC cumpre agenda no Agreste

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, será recebido amanhã na ex-fábrica da Parmalat em Garanhuns pelo novo dono do négocio, o empresário Wilson Zanatta - presidente do grupo Bom Gosto.

FBC também vai à região iniciar os trabalhos de um projeto de incubação de micro e pequenas empresas e qualificação de mão de obra no Agreste Meridional.

À tarde, o secretário vai visitar a obra da fábrica de produtos lácteos da Perdigão/Batavo, no município de Bom Conselho, que vai receber investimento de R$ 300 milhões e tem previsão de inauguração ainda para o primeiro semestre deste ano.

Produtores de leite ainda temem calote da Parmalat

Tenho recebido e-mails e telefonemas de produtores de leite do Agreste se queixando de que a Parmalat ainda não saldou as dívidas com seus fornecedores na região. A empresa vendeu a fábrica de Garanhuns, no mês passado, para o grupo gaúcho Bom Gosto por R$ 31 milhões. O acordo com o comprador previa que a Parmalat assumiria as dívidas.

Alguns produtores têm valores a receber equivalentes a dois meses de fornecimento de leite. Como a fábrica local é comandada pelo novo grupo - que assumiu a unidade no último dia 16 - os pecuaristas precisam se reportar à Parmalat em São Paulo. Uma verdadeira dor de cabeça!

Times pernambucanos vão estampar ovos da Nestlé

Ainda não vai ser nesta Páscoa, mas a partir do próximo ano os times pernambucanos vão fazer parte da linha de ovos de chocolate "Torce por você" lançada pela Nestlé. Hoje, os torcedores do Corinthias (foto ao lado), Palmeiras, Santos, Bahia e Vitória já encontram nos supermercados ovos estampados com o escudo do seu time do coração.

O gestor da unidade de negócios de Chocolates da Nestlé, Luiz Felipe Rêgo, diz que já teve conversas com as diretorias do Sport, Naútico e Santa Cruz para negociar as marcas dos times nos ovos. "Este ano estamos trazendo dois times baianos, mas levei um puxão de orelha dos pernambucanos, porque o Sport foi o campeão da Copa do Brasil em 2008", reconhece.

Os ovos da linha "Torce por você" têm 180 gramas e trazem como brinde um boneco estilo toy art e uma cartela de adesivos para o torcedor personalizá-lo.

Rêgo diz que está em estudo a possibilidade de o Sport ganhar uma lata colecionável, a exemplo do tricolor paulista que ganhou duas embalagens comemorativas: uma fazendo referência aos títulos do clube e outra com imagens do craque Leônidas Silva - um dos maiores ídolos da história do São Paulo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Lula outra vez















Foto: Ricardo Stuckert / PR


O presidente Lula já anunciou que está agendando a sua terceira visita a Pernambuco este ano. Será daqui a dois meses para ver (mais uma vez) a obra da ferrovia Transnordestina. Ele diz que a ordem é acelerar a obra.

"Ao invés de ir fazendo lotes de 100 quilômetros com mil homens, vamos ter seis lotes, totalizando 600 quilômetros e 6 mil homens", adianta. Ele lembra que na campanha presidencial de 1989, ouviu do então governador Miguel Arraes o pedido de concluir essa obra.

Mas o próprio Lula sabe que a enganharia financeira do projeto é complexa e fez uma crítica aos bancos oficiais de que eles estariam sentando no dinheiro e atrasando o processo.

BNB também pleiteia capitalização






O recado foi dado no discurso do governador Eduardo Campos, mas o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith, aproveitou a deixa para pedir ao presidente Lula que capitalize a instituição, assim como vez com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Smith destacou a importância da instituição financeira, lembrando que em 2002 o BNB havia emprestado R$ 256 milhoes, enquanto no ano passado o valor financiado chegou a R$ 13,2 bilhões.
"Para 2009 temos R$ 7,5 bilhões do FNE, mas a demanda já está em R$ 10 bilhões, com previsão de alcançar R$ 17 bilhões", calculou.

Sadia chegou a suspender obra da fábrica de Vitória


















Foto: Divulgação/Sadia


Quando estourou a bomba dos derivativos, em setembro de 2008, e a Sadia se viu diante de um prejuízo de R$ 760 milhões, a diretoria da empresa decidiu parar as obras da fábrica de embutidos de Vitória de Santo Antão. O gerente de Projetos e Investimentos da companhia, Júlio Cavasin, conta que a construção foi suspensa por um período de 30 dias.

"Tínhamos iniciado a construção em janeiro de 2008. Os equipamentos já estavam na fábrica e a obra civil já estava concluída, faltando apenas o acabamento. Pelo menos 80% dos recursos já tinham sido aplicados", conta, lembrando que depois recebeu o sinal verde do presidente da Sadia para terminar a obra.

De acordo com comentarios do mercado, a fábrica voltou a sofrer parada no início deste ano e acabou conseguindo a liberação de um emprestimo-ponte do Banco do Nordeste (BNB), no valor de R$ 50 milhões. "Até o final deste mês esperamos receber o restante dos recursos, inclusive para terminar a obra do CD, que está 60% concluída", diz.

A fábrica de embutidos da Sadia estava orçada em R$ 280 milhões, mas o valor foi recalculado em R$ 330 milhões. Desse total, R$ 240 milhões serão financiados pelo BNB e o restante desembolsado pela companhia. "Essa revisão foi motivada pela ampliação no CD, que passou de 10 mil para 14 mil posições e pelo investimento adicional no projeto de sustentabilidade", explica Cavasin.

PRODUÇÃO

Os testes na fábrica de Vitória começaram na última quinta-feira com o acionamento da linha de mortadelas. A produção de hoje foi mais "para o presidente ver". A partir de abril é que começam a ser fabricados três tipos de mortadela com as marcas Sadia e Rezende. Em maio entra no portfólio a linguiça, em seguida a salsicha e o apresuntado.

Cavasin diz que até junho a expectativa é que todas as linhas estejam funcionando. A unidade tem capacidade para produzir 600 toneladas de produtos por dia, mas vai começar com 100 toneladas. Dos 1,5 mil funcionários que devem ser empregados na indústria, apenas 120 já estão contratados. Até a metade do ano serão 400. A produção vai atender ao mercado do Nordeste, que cresceu quase 25% no ano passado. A Sadia espera faturar R$ 390 milhões com a nova unidade.

INTEGRAÇÃO

Apesar da cobrança do governador Eduardo Campos e do próprio presidente Lula de incluir os produtores do Nordeste no fornecimento de matéria-prima para a Sadia, os avicultores do Nordeste vão ter que esperar (e muito). Por enquanto, as carnes de frango e suíno estão vindo das unidades da companhia em Santa Catarina, no Mato Grosso e em Minas Gerais.

"A integração depende da ferrovia Transnordestina, porque a necessidade de importar milho encarece e inviabiliza a produção local de aves e suínos", assinala Cavasin.

Lequetreque com sotaque nordestino

O mascote da Sadia, o desajeitado franguinho Lequetreque, ganhou indumentária nordestina para homenagear a primeira fábrica da companhia na região. Nas peças publicitárias ele aparece com chapéu de couro e tocando triângulo ou empunhando uma sombrinha de frevo.

O personagem foi criado em 1971 pelo publicitário Francesc Petit, da agência DPZ. A estreia do mascote aconteceu durante o lançamento da campanha do frango defumado da empresa. Considerado como uma frango veloz, ele ganhou capacete de corrida. As primeiras imagens do Lequetreque foram em desenho animado e o nome do personagem foi escolhido num concurso aberto aos consumidores.

Com Pirapama, falta de banho é desculpa


Enquanto falava da determinação do governo de manter o ritmo das obras do PAC, o presidente Lula lembrou que Eduardo Campos está "fazendo uma obra que a dona de casa não vai mais abrir a torneira e ver que está faltando água". A obra é o sistema Pirapama.

E disse mais: "agora os meninos e as meninas de 13/14 anos que não gostam de tomar banho não vão ter mais desculpa", soltou.

A fauna e a flora no discurso de Lula

Durante sua fala na inauguração da Sadia, o presidente Lula também aproveitou para dar aula de agronomia e falar da bicharada (tema recorrente em seus discursos). Ele lembrou que o Nordeste passou muito tempo "parado, encruado (endurecido)". "Algumas pessoas costumam colocar adubo no caule da árvore para ela crescer, quando o certo é colocar na sombra da copa", ensinou.

O presidente também sugeriu à Sadia que a empresa desenvolvesse um projeto de integração com os produtores de matéria-prima. "Um dia Furlan vai ter orgulho de ter escolhido Pernambuco e Vitória de Santo Antão para sediar esta fábrica. E queremos ouvir as vaquinhas falando oxente e as galinhas cacarejando diferente", fazendo referência à necessidade de a produção ter sotaque nordestino.

A mosca na manga de Koizumi

Enquanto falava sobre as soluções que o governo federal está apresentando para alguns setores fortemente impactados pela crise econômica, a exemplo da fruticultura, o presidente Lula aproveitou para contar um "causo" envolvendo o então primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi.

"Há 28 anos o Vale do São Francisco tentava vender manga para o Japão e não conseguia por causa da mosca do fruto ou do bicho da mosca... alguma coisa assim", disse. O secretário Fernando Bezerra Coelho - natural de Petrolina - até tentou soprar que era mosca-da-fruta, mas o presidente seguiu adiante.

"Em um encontro que tive com o Koizumi pedi que trouxessem uma tigela de manga. Ele experimentou e disse: - hum, muito gostoso! Aí eu respondi: - gostoso, sim. Mas tem 28 anos que o Japão não compra manga do Brasil. Dois meses depois, o primeiro carregamento de manga seguiu para o Japão", exagera o presidente. É claro que a venda para o Japão já vinha sendo negociada há anos, com uma série de exigências dos asiáticos, que foram cumpridas em grande parte pelo Brasil.

O "rolão" de mortadela do presidente Lula











to: Ricardo Stuckert / PR
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Diante de uma plateia de trabalhadores e moradores da Zona da Mata pernambucana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou para carregar no discurso populista, durante a inauguração da fábrica da Sadia, em Vitória de Santo Antão.

Depois de fazer uma visita à indústria, ao lado dos executivos da Sadia, do governador Eduardo Campos e do presidente do Banco do Nordeste , Roberto Smith, disse que vai ficar feliz se, no futuro, encontrar nos supermercados do Sudeste o "rolão" de mortadela de três quilos que é produzido na unidade de Pernambuco. "Vai ser muito bom comer o rolo de mortadela fabricado em Pernambuco, com o sabor e o tempero nordestino", disse.

No final do seu discurso, brincou dizendo que a cachacinha da Pitú (fazendo referência à fábrica da empresa no município) e a mortadela da Sadia vão dar jogo. E sugeriu que Furlan experimentasse, mas esperasse a imprensa ir embora.

INOVAÇÃO

O "rolão" de mortadela segurado pelo presidente Lula na foto acima é uma inovação da Sadia que, pela primeira vez, cria uma embalagem dedicada a um Estado. O rótulo traz um chapéu de couro e a inscrição "produzida em Pernambuco". "Já fizemos embalagens comemorativas para campanhas publicitárias, mas essa é a primeira vez que uma embalagem de um produto de linha leva o nome de um Estado", explicou o gerente da unidade de Vitória de Santo Antão, Fernando Meller.

domingo, 22 de março de 2009

Fusão entre Sadia e Perdigão é capa da Istoé Dinheiro

A edição semanal da revista Istoé Dinheiro traz matéria de capa sobre os bastidores da negociação que pode resultar na fusão entre a Sadia e a Perdigão. A união das duas companhias poderá resultar na maior multinacional brasileira, que já vem sendo apelidada pelo mercado como "Sadigão".

Segundo apurou a reportagem da revista, a Sadia aposta em três estratégias para se reerguer depois do episódio nefasto dos derivativos. O plano A é o casamento com a Perdigão. A segunda hipótese é se associar a um grupo asiático. A terceira opção (e a mais improvável) é tentar ressurgir das cinzas por conta própria.

Leia aqui a matéria completa

Sadia inaugura fábrica em meio à crise


Enquanto tenta acertar os termos de um acordo de fusão com a rival Perdigão, a Sadia dá amanhã uma pequena trégua nas tensões que vem enfrentando desde setembro do ano passado, quando sofreu um prejuízo de R$ 760 milhões numa operação cambial de risco. A pausa é para comemorar a inauguração da primeira fábrica da companhia no Nordeste, erguida no município pernambucano de Vitória de Santo Antão (Zona da Mata Sul).

Na constelação de autoridades convidadas para a cerimônia - prevista para começar às 11h30 - ninguém menos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem prestigiar o amigo e ex-ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. A presidenciável Dilma Rousseff e os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende integram a comitiva.

A fábrica de embutidos, que sofreu um pequeno atraso na sua inauguração (a previsão era para janeiro), começa operando apenas com a linha de mortadelas. Outros itens como salsicha, linguiça e apresuntado vão ficar para um segundo momento. A unidade deve receber investimento de cerca de R$ 300 milhões. O orçamento inicial era de R$ 280 milhões e a empresa vinha construindo a indústria com recursos próprios mas, diante do problema com a operação dos derivativos, precisou acelerar o financiamento junto ao Banco do Nordeste (BNB).