segunda-feira, 23 de março de 2009

Sadia chegou a suspender obra da fábrica de Vitória


















Foto: Divulgação/Sadia


Quando estourou a bomba dos derivativos, em setembro de 2008, e a Sadia se viu diante de um prejuízo de R$ 760 milhões, a diretoria da empresa decidiu parar as obras da fábrica de embutidos de Vitória de Santo Antão. O gerente de Projetos e Investimentos da companhia, Júlio Cavasin, conta que a construção foi suspensa por um período de 30 dias.

"Tínhamos iniciado a construção em janeiro de 2008. Os equipamentos já estavam na fábrica e a obra civil já estava concluída, faltando apenas o acabamento. Pelo menos 80% dos recursos já tinham sido aplicados", conta, lembrando que depois recebeu o sinal verde do presidente da Sadia para terminar a obra.

De acordo com comentarios do mercado, a fábrica voltou a sofrer parada no início deste ano e acabou conseguindo a liberação de um emprestimo-ponte do Banco do Nordeste (BNB), no valor de R$ 50 milhões. "Até o final deste mês esperamos receber o restante dos recursos, inclusive para terminar a obra do CD, que está 60% concluída", diz.

A fábrica de embutidos da Sadia estava orçada em R$ 280 milhões, mas o valor foi recalculado em R$ 330 milhões. Desse total, R$ 240 milhões serão financiados pelo BNB e o restante desembolsado pela companhia. "Essa revisão foi motivada pela ampliação no CD, que passou de 10 mil para 14 mil posições e pelo investimento adicional no projeto de sustentabilidade", explica Cavasin.

PRODUÇÃO

Os testes na fábrica de Vitória começaram na última quinta-feira com o acionamento da linha de mortadelas. A produção de hoje foi mais "para o presidente ver". A partir de abril é que começam a ser fabricados três tipos de mortadela com as marcas Sadia e Rezende. Em maio entra no portfólio a linguiça, em seguida a salsicha e o apresuntado.

Cavasin diz que até junho a expectativa é que todas as linhas estejam funcionando. A unidade tem capacidade para produzir 600 toneladas de produtos por dia, mas vai começar com 100 toneladas. Dos 1,5 mil funcionários que devem ser empregados na indústria, apenas 120 já estão contratados. Até a metade do ano serão 400. A produção vai atender ao mercado do Nordeste, que cresceu quase 25% no ano passado. A Sadia espera faturar R$ 390 milhões com a nova unidade.

INTEGRAÇÃO

Apesar da cobrança do governador Eduardo Campos e do próprio presidente Lula de incluir os produtores do Nordeste no fornecimento de matéria-prima para a Sadia, os avicultores do Nordeste vão ter que esperar (e muito). Por enquanto, as carnes de frango e suíno estão vindo das unidades da companhia em Santa Catarina, no Mato Grosso e em Minas Gerais.

"A integração depende da ferrovia Transnordestina, porque a necessidade de importar milho encarece e inviabiliza a produção local de aves e suínos", assinala Cavasin.

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